quinta-feira, 9 de julho de 2009

Queridos sedutores

Toda mulher conhece o assunto do qual eu vou tratar. Seja feia, bonita, mais cheinha, magrela, alta, baixa, ruiva, desdentada ou manca. Eu tenho fé que sabem, porque eles não perdoam nenhuma espécie, desde que tenha cara de mulher.
Os pedreiros, malditos pedreiros estão por toda parte, são quase como pombas os filhos da puta, os senhores distintos. Medonhos Estilosíssimos com suas camisas amarelas do Chicão da Borracharia, candidato a vereador em 1994, seus jeans que poderiam ser considerados de um punk extremo, não fosse a quantidade de areia e cimento grudadas nela, que nem sequer deixam ver a cor real da desgraça da calça e finalizando em uma estilosa botininha digna do Zé da Roça, só que com outra enorme porção de cimento, poeira e sabe-se lá mais o que.
E aí que os pombos construtores surgem na sua frente, e passam a caminhar de um jeito todo sexy (na concepção deles do que é sexy, então já viu, né?), e de repente lançam um "Oi, boneca!", ou você os nota esperarem você passar pra olhar pra sua retaguarda, completamente desprotegida (eu juro que as vezes quase tiro a bolsa e escondo minha traseira, ou ando com as mãos a cobrindo), ou simplesmente suspiram, unem toda a pedreirice contida dentro de seus âmagos e lançam o famoso "NOOOOOSSAAA...". AI, ME TIRA DO SÉRIO! Eu tenho vontade de dar um chilique dos mais histéricos.
Ou melhor, tenho vontade de matar esses filhos de uma puta toda esfrangalhada do pó de cimento, usando as minhas próprias mãos! Tudo bem que depois eu ficaria cheia de tinta e pó, mas usaria todos os meus instintos assassinos contra um (ou uns) deles.
Não me chamem de louca, homens: vocês não sabem como é estar em um dia do cão. Com o cabelo que não quer colaborar, um monte de coisas querendo cair das suas mãos, as vezes (ou muitas vezes) salto alto, ou tendo acordado cedo, o mundo conspirando pra acabar com a sua raça e passa um desses lindérrimos mestres de obra e lhe lançam um olhar cobiçoso, como um cachorro faminto olhando pra um bife e com toda sua indignidade e falta de senso lhe fazem aquele sonzinho característico "ssssssssssssssssssssss!!!", como que recolhendo a saliva que estava pra cair da boca. PELO AMOR! NINGUÉM ME-RE-CE!
As vezes, se eu tivesse certeza de que todos eles sabem ler eu tenho vontade de fazer campanhas com panfletos e cartazes dizendo "Semancol nos pedreiros".
Depois eu digo, ser mulher não é fácil.
(Principalmente quando não se pode andar com soda cáustica na bolsa para despejar na língua do boçal que resolva me chamar de esposa na rua.)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Auto-Falantes

A paz é algo que não deveria ser perturbada, nem mesmo por uma coisa necessária, muito menos ainda por uma coisa ridícula, sim, uma coisa ridícula.
Do que eu falo? Da música alheia. Não existe coisa tão inconveniente quanto perturbar dezenas de pessoas com músicas ridículas em momentos dos mais impróprios.
Ultimamente eu tenho dito que não deveriam existir caixas de som, assim ninguém precisaria ouvir funk no MP7 desses molequinhos no busão ônibus e nem o gospel do vizinho FDP maravilhoso que se acha muito lindo com suas músicas blasfemas demoníacas de louvor esdrúxulas.
Tem ainda o pessoal que escuta RAP e forró na escola, antigamente eles escutavam coisas mais normais e realmente mais aceitáveis pela maioria, ou pelo menos não tão incomodas, era sempre um metal, um SOAD, um teatro Mágico (não que eu goste de Teatro Mágico), um pop rock ou qualquer Emuxinho cagado EMO.
Tudo bem que eu prometi pra mim que ia parar com esse preconceito desenfreado contra tudo que é estilo musical que não curto, mas quando eu tô indo bem e já não falo mal de algo por uma semana acabo escutando um funk bem proibidão e bem mal feito, aí me broxa total e me dá desgosto ver uma criança de 10 anos escutando isso (tudo bem que nessa idade eu escuta “Mundo Animal” dos Mamonas Assassinas, mas é outra coisa).
Vendo isso dá pra perceber a minha revolta, se não existissem, caixas de som todos escutariam músicas em fones e ninguém se incomodaria com o estilo musical do outro, assim ninguém ia torcer o nariz quando eu quero ver um DVD de metchal aqui em casa, porque fica todo mundo falando “que musica estranha do capeta é essa, rapá?”. Aí eu tenho que me defender atacando o estilo musical deles e dizendo que o que escuto é normal (e é mesmo, olhem o meu lastfm).
E é isso, crianças, espero que tenham gostado e fiquem com uma bela de uma viadagem musical um bom Hard Rock só pra descontrair: